Você já viu uma placa de aviso, de propaganda,de instrução e acabou dando muita risada?
É isto que vamos fazer aqui: coletar placas pelo Brasil,com a ajuda de vocês, leitores, que poderão enviá-las
para o meu e-mail. Vamos comentá-las e aprender Português de uma forma divertida.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Eu vou, tu vais, ele vai...


Muito racional e inteligente a resposta da mãe à filha  nessa historinha engraçada. Temos aqui dois verbos: SAIR e IR, focos da questão. O primeiro, como disse a filha , é realmente intransitivo, seu sentido já está completo, quando alguém diz "eu saio". O verbo não pede objeto direto nem indireto, mas ideias de companhia ou tempo podem ser acrescentadas a ele. Veja: "Eu saí ontem com meus amigos." Essas ideias de companhia, tempo, modo, instrumento (e outras) são chamadas de adjuntos adverbiais, em análise sintática. O mesmo acontece com o segundo verbo: ir. Aqui temos que estar atentos à regência verbal.Veja: quem vai, vai a que lugar? Por isso dizemos: Vou à igreja. ("a" preposição+"a" artigo= à) e Vou ao cinema ("a" preposição + "o" artigo= ao). Esse verbo também não pede objeto direto nem indireto. O que se acrescentam a eles são os adjuntos adverbiais de lugar, de companhia, de meio, de tempo.
Só um lembrete adicional: se o verbo ir pede preposição "a", esta deve aparecer agregada ao pronome interrogativo "onde" na pergunta: Aonde você vai?

domingo, 31 de julho de 2016

Explosão Sufixal - o que é isso?




Nota-se hoje, na linguagem, o surgimento de palavras  que,"repaginadas" por acréscimo de novos sufixos, ganham um certo charme e tintas de sofisticação. Observando placas em estabelecimentos, encontramos: hamburgueria, doçaria, comedoria, coxinharia, tapiocaria, esmalteria e por aí vai. Os sufixos -aria, -eria-, -oria, trariam aos produtos um toque  ou "selo"de qualidade. É interessante observar que o aparecimento de estabelecimentos ou produtos com algum diferencial (inovações, qualidade, criatividade) exige o aparecimento  de novos nomes, denominações também inovadoras, muitas vezes apenas com a mudança de sufixo na palavra original. A formação "radical + aria/eria" já existia em nossa língua, como em padaria, sorveteria, sapataria etc. Esses nomes, porém, apareciam seguidos de nomes próprios, por ex. Padaria São João, Sorveteria do Chiquinho, Sapataria do Dito.
Atualmente, os nomes modificados pelos sufixos são, em si, por serem originais, os nomes dos estabelecimentos, sem precisar de outra denominação. E assim evolui a língua: se transformando e se enriquecendo sem parar... 

sábado, 2 de abril de 2016

Você sabe que existe Preconceito Linguístico?


Eis um problema do qual pouca gente se dá conta: o preconceito linguístico. É, e ele existe mesmo.
Quem nos fala sobre isso é o Prof. Marcos Bagno da Universidade de Brasília, pesquisador, poeta, escritor e tradutor,  que atua no campo da educação linguística. Este livro, Preconceito Linguístico, traz uma nova orientação, muito interessante,  sobre aquilo que consideramos ERRO em linguagem.
A partir do momento que nos conscientizamos que a Língua é um ser vivo, que evolui continuamente, que se transforma dia a dia, passamos a entender a tese do autor e mudamos nosso conceito de erro. Essa discussão ele leva também para outro livro seu," A Língua de Eulália", uma novela sociolinguística de leitura deliciosa, recheada de exemplos de palavras que, ditas por Eulália, a empregada da fazenda, local onde se passa a história, soam como erros inaceitáveis , quando na verdade são formas que vigoraram num determinado tempo na evolução da palavra.
Esse tema é muito interessante e instigante.

A vírgula pode mudar a História


Hoje em dia, muitas pessoas, escrevendo na internet, dispensam o uso da vírgula como se ela fosse dispensável. É preciso atenção e cuidado com essa questão, porque muitas mensagens podem chegar ao leitor com sentido totalmente inverso ao da intenção do autor.A vírgula, muitas vezes, determina a função sintática de um termo numa oração, como no exemplo acima. A palavra "juiz" tem aí a função de vocativo, de chamamento. Se retirarmos as vírgulas, "esse juiz" passa a ser o sujeito de "é corrupto", o que muda totalmente a história. 

segunda-feira, 28 de março de 2016

O Latim morreu mesmo?


Será que o Latim é mesmo uma língua morta? Definitivamente, não! Ele está vivo (e bem vivo!) em vários setores e atividades humanas.Na área jurídica, temos muitas expressões, como, "data venia" (com a devida licença, discordando de outra opinião), "in dubio pro reu" (na dúvida, que o réu seja beneficiado), "erga omnes" (vale para todos), entre outras.
A placa acima indica ESSENTIA como um salão de beleza que cuida não só da aparência, mas da essência também, do bem estar, da beleza interior .O fato de o nome estar em Latim (ESSENTIA)
agrega valor aos serviços ali prestados.
Nos supermercados encontramos vários produtos com nomes em Latim: Fiat Lux (fósforos), Optimum (produto de limpeza), Lux (sabonete), Intimus (absorvente) e outros.
Na indústria automobilística são muitos os exemplos de marcas e modelos de carros em Latim: 
Omega, Onix, Vectra, Linea, Palio, Focus, Equus, Optima, Fox.
Essas denominações agregam glamour aos produtos e noção de alta qualidade.

terça-feira, 22 de março de 2016

Ambiguidade


Assistindo ao noticiário sobre os ataques terroristas em Bruxelas, levei um susto ao ler a faixa jornalística "MARIANA FERRUGEM - administradora e testemunha do atentado" anunciando uma entrevista. É claro que são coisas diferentes (administradora e testemunha) do atentado, que foram juntadas, talvez pela urgência da notícia e portanto, perdoável. Ao escrever um texto, deve-se ter o cuidado e atenção para não criarmos ambiguidade, o que prejudica a clareza, uma das qualidades do texto.